O fotógrafo contratado para o meu casamento era o Aszmann. Porém, nas últimas semanas acabei ganhando mais um fotógrafo, o André Pinnola. Devo dizer que o André foi uma agradável surpresa. Trabalhou em condições difíceis, pois fotografava por trás da equipe do Aszmann, que tinha toda a prioridade e tinha que aguardar a sua vez para captar determinadas cenas. Assim mesmo, o resultado do seu trabalho foi excepcional.
Decidi então fazer uma entrevista com o André, com o intuito de divulgar um pouco mais o seu trabalho. Creio que ele merece.
1) Adriana: Como você começou a se interessar pela fotografia e o que te levou a ingressar nessa atividade?
André: - Desde a primeira vez que vi uma máquina fotográfica aquilo me chamou a atenção. Quando notei que tinha botões para regular coisas, já queria saber do que se tratava, isso ainda com 7, 8 anos de idade! Acabei fotografando porque sempre fotografei. Não tive infelizmente incentivo para isso desde criança, mas tão logo tive meus primeiros trabalhos fui comprando mais equipamentos e fazendo cursos.
2) Adriana: Quando atuamos em uma determinada profissão, temos nossos ídolos, quais fotógrafos foram uma referência para você? Cartier Bresson? Sebastião Salgado? Man Ray? Richard Avedon? Enfim, quem te influenciou?
André: - Walter Firmo e Frederico Mendes, mas adoro tantos feras históricos! Influência mesmo, acho que foram esses, grandes fotógrafos do passado recente do Brasil, vivos e atuantes! Curiosamente só fui me interessar pela história da fotografia mais recentemente e vejo muitas exposições.
3) Adriana: Por que o interesse em trabalhar no universo dos casamentos?
André: - Além de ser um momento especial, que é um desafio constante para o fotógrafo (e eu adoro desafios nessa área), é um dos poucos trabalhos de fotógrafo que não têm sofrido com as oscilações da economia, além de ser em média mais valorizado do que as minhas outras atividades no ramo, tanto no resultando (os noivos e a família curtem demais as fotos) quanto no pagamento, que já foi melhor, mas ainda está perto do razoável.
4) Adriana: Além de casamentos, que outras atividades como fotógrafo você se interessa? Conte-nos sobre suas atividades paralelas na fotografia.
André: - Sou músico! Violonista erudito há 20 anos e volta e meia trabalho com isso num projeto que vai e vem há 12 anos com o ator Carlos Vereza. Estaremos a partir de setembro em cartaz na Sala Baden Powell em Copacabana com o espetáculo "Meu Fatal Lado Esquerdo", de música e poesia. Formei-me em Publicidade na UFF, sem nunca ter exercido a profissão e trabalhei 4 anos e meio com fotografia em geral no site do Jornal O DIA. Como fotógrafo já fiz quase tudo, menos esportes que gostaria de aprender! Ainda faço muitos eventos diferentes, de empresas e culturais, além de books, divulgação de artistas e até produtos.
5) Adriana: Durante trabalhos, numa cerimônia de casamento por exemplo, certamente já deve ter ocorrido algum fato inusitado, curioso ou até engraçado. Você teria algum fato pitoresco para nos contar?
André: - Acho que alguns! Uma vez com alguns colegas quando fiz o curso do Walter Firmo, um homem completamente nu atravessou a Av. Atlântica segurando sua roupa sem pressa alguma e se vestiu no calçadão. A foto está aqui para provar! E foi em cromo, não tem como manipular.
Em um casamento já passei apertos, por exemplo uma máquina quebrar, por sorte eu tinha duas no momento! Convidados completamente bêbados pagando mico e me pedindo pra fotografar...essas coisas, hehe...
6) Adriana: No meu casamento, você trabalhou sem as melhores condições, já que o fotógrafo oficial era o Aszmann, que tinha toda a prioridade, enquanto você trabalhava por trás dele. Mesmo nessas condições adversas suas fotografias ficaram excelentes. Como foi para você trabalhar dessa maneira? Acabou de certa forma, sendo um desafio?
André: - Um desafio daqueles que eu gosto! Com as limitações que ele impôs, ainda mais na Igreja, foi realmente complicado e tive que usar a criatividade o tempo todo, aproveitar ângulos diferentes, usar super-tele para fotografar de longe e procurar fazer coisas que ele não estava fazendo. Ele até entrou na minha "aba" umas duas ou três vezes, hehehe!!!
7) Adriana: Quando você chega num casamento, você já tem em mente um “roteiro” do que vai fotografar, que detalhes quer capturar, ou simplesmente deixa rolar os acontecimentos?
André: - É preciso conversar longamente com o Cerimonial e saber de tudo antes. Mas no evento, ainda mais na festa, a coisa tem que rolar bem solta, pegar momentos bonitos do casal e da família, convidados etc., que realmente valham ser registrados. Sem se estressar, sem muita rigidez. Adoro fazer isso! Criei a expressão "flagrante premeditado": se você não estiver atento, querendo fazer "A" foto boa, não vai conseguir pegar no flagra aquela foto legal!
8) Adriana: Você já me contou que pretende se mudar para Florianópolis. Como vai ficar sua atividade aqui no Rio? Vai se dividir entre as duas cidades?
André: - Por enquanto estou procurando contatos por lá, aqui no Rio já tenho uma clientela que não tenho como levar, mas preciso muito ainda fazer excelentes trabalhos e montar um site (meu próximo desafio) para mostrar meu trabalho com mais profundidade.
9) Adriana: Quando uma noiva te contrata, o que você acha que ela espera de você?
André: - Em geral tenho sido procurado por noivas que querem uma coisa mais leve, menos rigidez e menos fotos caretas, hehe...e acho que esse é meu estilo, mais solto e criativo, embora não goste de certas "ousadias" que alguns fotógrafos andam fazendo em casamento, mas que na verdade são erros grosseiros para quem conhece o assunto. Só que fazer errado é sempre mais fácil e pode passar despercebido pelos leigos. Ah! E não trato nada com os noivos. Já tive 3 casamentos desmarcados de conhecidos e amigos, porque a noiva mudou de idéia ou a família dela resolveu tudo e deixou o noivo de fora. O casamento é da noiva! Nós, pobres homens, somos meros coadjuvantes da cerimônia...hehehe...
10) Adriana: Como é o seu trabalho no dia do casamento? Você acompanha a noiva desde o Making Of? Tira as fotos antes da cerimônia? Ou isso depende de cada noiva? Nos conte sobre sua rotina em um dia de casamento?
André: - Em geral até agora só fiz cerimônias e festas. Mas estou oferecendo sempre os making ofs, porque é interessante criar nesse momento, fazer coisas engraçadas e abusar da estética dos retratos, da luz etc.
11) Adriana: O que significa para você ter o poder de através das suas fotos, imortalizar um dos momentos mais importante na vida de um casal?
André: - Essa é a melhor parte de fotografar um casamento! Saber que aquelas fotos são para uma vida, não importando o que acontecer depois, o momento ficou eternizado e isso tem um valor inestimável para o casal e sua família. Não vai para o lixo como um jornal ou revista, não sai de moda porque a estação mudou nem fica esquecido porque o mundo muda a cada momento e "já não se fazem mais essas fotos". Adoro!
André: - Desde a primeira vez que vi uma máquina fotográfica aquilo me chamou a atenção. Quando notei que tinha botões para regular coisas, já queria saber do que se tratava, isso ainda com 7, 8 anos de idade! Acabei fotografando porque sempre fotografei. Não tive infelizmente incentivo para isso desde criança, mas tão logo tive meus primeiros trabalhos fui comprando mais equipamentos e fazendo cursos.
2) Adriana: Quando atuamos em uma determinada profissão, temos nossos ídolos, quais fotógrafos foram uma referência para você? Cartier Bresson? Sebastião Salgado? Man Ray? Richard Avedon? Enfim, quem te influenciou?
André: - Walter Firmo e Frederico Mendes, mas adoro tantos feras históricos! Influência mesmo, acho que foram esses, grandes fotógrafos do passado recente do Brasil, vivos e atuantes! Curiosamente só fui me interessar pela história da fotografia mais recentemente e vejo muitas exposições.
3) Adriana: Por que o interesse em trabalhar no universo dos casamentos?
André: - Além de ser um momento especial, que é um desafio constante para o fotógrafo (e eu adoro desafios nessa área), é um dos poucos trabalhos de fotógrafo que não têm sofrido com as oscilações da economia, além de ser em média mais valorizado do que as minhas outras atividades no ramo, tanto no resultando (os noivos e a família curtem demais as fotos) quanto no pagamento, que já foi melhor, mas ainda está perto do razoável.
4) Adriana: Além de casamentos, que outras atividades como fotógrafo você se interessa? Conte-nos sobre suas atividades paralelas na fotografia.
André: - Sou músico! Violonista erudito há 20 anos e volta e meia trabalho com isso num projeto que vai e vem há 12 anos com o ator Carlos Vereza. Estaremos a partir de setembro em cartaz na Sala Baden Powell em Copacabana com o espetáculo "Meu Fatal Lado Esquerdo", de música e poesia. Formei-me em Publicidade na UFF, sem nunca ter exercido a profissão e trabalhei 4 anos e meio com fotografia em geral no site do Jornal O DIA. Como fotógrafo já fiz quase tudo, menos esportes que gostaria de aprender! Ainda faço muitos eventos diferentes, de empresas e culturais, além de books, divulgação de artistas e até produtos.
5) Adriana: Durante trabalhos, numa cerimônia de casamento por exemplo, certamente já deve ter ocorrido algum fato inusitado, curioso ou até engraçado. Você teria algum fato pitoresco para nos contar?
André: - Acho que alguns! Uma vez com alguns colegas quando fiz o curso do Walter Firmo, um homem completamente nu atravessou a Av. Atlântica segurando sua roupa sem pressa alguma e se vestiu no calçadão. A foto está aqui para provar! E foi em cromo, não tem como manipular.
Em um casamento já passei apertos, por exemplo uma máquina quebrar, por sorte eu tinha duas no momento! Convidados completamente bêbados pagando mico e me pedindo pra fotografar...essas coisas, hehe...
6) Adriana: No meu casamento, você trabalhou sem as melhores condições, já que o fotógrafo oficial era o Aszmann, que tinha toda a prioridade, enquanto você trabalhava por trás dele. Mesmo nessas condições adversas suas fotografias ficaram excelentes. Como foi para você trabalhar dessa maneira? Acabou de certa forma, sendo um desafio?
André: - Um desafio daqueles que eu gosto! Com as limitações que ele impôs, ainda mais na Igreja, foi realmente complicado e tive que usar a criatividade o tempo todo, aproveitar ângulos diferentes, usar super-tele para fotografar de longe e procurar fazer coisas que ele não estava fazendo. Ele até entrou na minha "aba" umas duas ou três vezes, hehehe!!!
7) Adriana: Quando você chega num casamento, você já tem em mente um “roteiro” do que vai fotografar, que detalhes quer capturar, ou simplesmente deixa rolar os acontecimentos?
André: - É preciso conversar longamente com o Cerimonial e saber de tudo antes. Mas no evento, ainda mais na festa, a coisa tem que rolar bem solta, pegar momentos bonitos do casal e da família, convidados etc., que realmente valham ser registrados. Sem se estressar, sem muita rigidez. Adoro fazer isso! Criei a expressão "flagrante premeditado": se você não estiver atento, querendo fazer "A" foto boa, não vai conseguir pegar no flagra aquela foto legal!
8) Adriana: Você já me contou que pretende se mudar para Florianópolis. Como vai ficar sua atividade aqui no Rio? Vai se dividir entre as duas cidades?
André: - Por enquanto estou procurando contatos por lá, aqui no Rio já tenho uma clientela que não tenho como levar, mas preciso muito ainda fazer excelentes trabalhos e montar um site (meu próximo desafio) para mostrar meu trabalho com mais profundidade.
9) Adriana: Quando uma noiva te contrata, o que você acha que ela espera de você?
André: - Em geral tenho sido procurado por noivas que querem uma coisa mais leve, menos rigidez e menos fotos caretas, hehe...e acho que esse é meu estilo, mais solto e criativo, embora não goste de certas "ousadias" que alguns fotógrafos andam fazendo em casamento, mas que na verdade são erros grosseiros para quem conhece o assunto. Só que fazer errado é sempre mais fácil e pode passar despercebido pelos leigos. Ah! E não trato nada com os noivos. Já tive 3 casamentos desmarcados de conhecidos e amigos, porque a noiva mudou de idéia ou a família dela resolveu tudo e deixou o noivo de fora. O casamento é da noiva! Nós, pobres homens, somos meros coadjuvantes da cerimônia...hehehe...
10) Adriana: Como é o seu trabalho no dia do casamento? Você acompanha a noiva desde o Making Of? Tira as fotos antes da cerimônia? Ou isso depende de cada noiva? Nos conte sobre sua rotina em um dia de casamento?
André: - Em geral até agora só fiz cerimônias e festas. Mas estou oferecendo sempre os making ofs, porque é interessante criar nesse momento, fazer coisas engraçadas e abusar da estética dos retratos, da luz etc.
11) Adriana: O que significa para você ter o poder de através das suas fotos, imortalizar um dos momentos mais importante na vida de um casal?
André: - Essa é a melhor parte de fotografar um casamento! Saber que aquelas fotos são para uma vida, não importando o que acontecer depois, o momento ficou eternizado e isso tem um valor inestimável para o casal e sua família. Não vai para o lixo como um jornal ou revista, não sai de moda porque a estação mudou nem fica esquecido porque o mundo muda a cada momento e "já não se fazem mais essas fotos". Adoro!
CONTATOS:
André Pinnola
e-mail: apinnola@gmail.com
Fotolog:http://www.flickr.com/photos/andre-pinnola
15 comentários:
Dri, adorei a entrevista, e realmenet não trabalhar nas condições apropriadas e complicado.
Parabéns pra ele, e sorte sua..
Beijos, Binha.
Dri a Binha disse tudo vc teve bastante sorte não só nele mas acho que em todos profissionais.
Não sabia que era jornalista. Parabéns pela entrevista.
bjinho e bom final de semana
Eu estava lá e vi que o azsmann dominou mesmo o local. Parabéns mesmo. As fotos ficaram ótimas!
Ai,nem me lembre dessa mesa de doces. Que perdição!
Não deixem de passar no Fotolog do André. É show de bola!!!!!!
André me tira uma dúvida? Como vc no meio de um casamento teve a percepção de fotografar a fitinha do N.S do Bonfim da Dama? Essa foto é genial!
Parabéns pelo seu trabalho?
As fotos são de fato maravilhosas! Amo a do terço.
Uma foto mais linda do que a outra! Tb visitei o fotolog. Seu trablho é lindo, André! A Adriana deu muita sorte. E esse blog aqui é pé quente, viu?
A minha favorita é sem dúvida alguma as dos pajens "assaltando" a mesa de doces.
É por isso AMO esse blog!! Ta aí, conhecemos um profissional novo, que deixa muitos veteranos no chinelo.
Valeu, pessoal!! Estou lisonjeado com tantos elogios, tudo que faço na fotografia é com muito amor.
Para a Patrícia: como não ver aquela fitinha no pulso da menina??? Era uma imperdível foto!
Só tenho a agradecer o carinho da Adriana e do Renato que vendo minhas dificuldades me ajudaram muito nos momemtos que eu dividia as fotos com o Lawrence Aszmann. E não posso deixar de agradecer ao Lawrence por ter permitido que eu fotografasse, coisa que nem todo fotógrafo famoso permite.
Abraço a todos!
André,
Eu concordo com a Patrícia, pq nem eu tinha notado a fitinha no braço da Bella. Aliás, se tivesse notado a teria feito tirar imediatamente.
Agradecer o que, menino? Nós que temos que te agradecer por estas fotos lindas!
Meninas, vocês nem imaginam o quanto ele está sendo humilde. Ele ficava quietinho, bem atrás do Lawrence. E no fim que pegou os detalhe como a fitinha da isabella, por exemplo, foi ele.
Recomendo ele de olhos fechados.
Beijos
Dri
Olha, André. As recomendações desta menina valem ouro aqui.
Oi André e Adriana,
Que idéia boa essa da entrevista. O trabalho do André é mesmo sensacional e eu estou hiper chateado porque um fotógrafo famoso com quem tenho feito uns casamentos ficou com certo estrelismo e não quer o André participando dos eventos. Isso pra mim só demonstra insegurança, em todo caso...
abraços e beijos pra vocês.
Eu acho um absurdo!!!!! Acho que esta decisão deveria ser da noiva, mas fazer o que? Azar da noiva que vai perder as fotos maravilhosas do André!
NOSSA! AS FOTOS SÃO DIVINAS. EU TB TENHO UMA PERGUNTA: ANDRÉ COMO É TRABALHAR EM UM CASAMENTO COM TANTA CRIANÇA?! NÃO É COMPLICADO NÃO?
PÁRA TD!!!!! DRI, QUE CABELO MARAVILHOSO É ESSE?! AINDA MÃO TINHA VISTO ELE POR TRÁS! PARECE DE PRINCESA!
Depois destas fotos, eu não tenho muito a dizer, a não ser; parabéns pelo estonteante trabalho, André!
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